terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pressa


Letra feita para uma música do Rodolfo Mendes. A criação foi meio dura por causa do prazo, uns três dias pra fazer, o que fez tudo paracer mais difícil, acho que ficou bom, melhor com a melodia mas a gente vai ter de esperar um pouco pra ouvir.

Sinto abrir o sol no apartamento
Maneiras de moldar o vento
A luz e nada mais

Canto oceano de beber tanto
Folia de sangrar lento
O que cabe na canção

E tecer em longos ais
Esquecer o que era véu
Pra se derramar no céu

Enxergar além de nós
Navegar antes do cais
No que um dia se perdeu

Refrão
E reencontrar o teu olhar
Teu porto teu gosto de hortelã
Bandeira em verde temporais
Vermelhas saudades dos teus tons

Santo, relevo redentor em pranto
Sereia no meu firmamento (pensamento)
Azul na mansidão

Subo, ladeira de andar só
Descida até o chão, pó
Pedaços que deixei por aí

terça-feira, 11 de setembro de 2007

letra de música não é poema...

...e vice versa.

nesse espaço quero colocar as letras das canções, solo ou parceria, que tive a sorte de encontrar por aí.

Começo com essa, O Soluço de Preta Mina, é um poema carnal do Serra. Ele mandou e eu coloquei algumas coisas em ordem para a canção que viria e se fez um rock/folck/tango.

O soluço de preta mina
(Serraria & Redenção)

A barriga é uma maloca redonda onde a vida se faz e flutua...
Como serão as carinhas de meus filhotes?
Um nascivento que sopra por sobre as casas
parindo sobras no morro ao som dos silêncios
que se quiser bem os posso fazer
bem os posso fazer.

A baia é uma velha puta cheia de rastros de cupim...
pó, madeiras podres, buracos, restos de mim
camas improvisadas no chão e uma televisão
partindo camadas de vazio em pedaços
que se quiser bem os posso mais ver
bem os posso nascer.

A barriga é uma favela gozando num breque de tamborim...
pança tecedeira de anjos aparando orgasmos para mim
penetração inteira num carnaval coletivo
passindo o sexo malabarindos de pretamina ali tão lindos
que se quiser bem os posso mais ser
bem os posso mais ter.

A batucada é uma vila de noite gemendo sem fim...
palafita do nada em que sozinham meus estômagos
sou filha de uma beleza periférica a pedir sossego
pai vindo de negros soluços de algumas cuícas
que se quiser bem os posso mãe ser
bem os posso mãe ser.

Vai estar no 1° cd solo do Richard Serraria, vocal da Bataclã FC. mais informações podem ter no www.vilabrasilcodigolivre.blogspot.com